Pesquisar este blog

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Heterogêneos tornam-se homogêneos!







No início desta campanha majoritária no Estado da Paraíba, o que se comentava nos bastidores da política se resumia a uma só pergunta: “Será que essa aliança de ideais, militância e partidos tão diferentes vai dar certo?” Referiam-se os críticos ao bloco majoritário dos “heterogêneos” formado pelo então Ex-Governador Cássio Cunha Lima (PSDB), o Senador Efraim Morais (DEM), e o Prefeito da Capital Ricardo Coutinho (PSB). 


Muita gente duvidou, muita gente acreditou, outros apoiaram mas não acreditaram. Pois bem, neste início também a qual eu me refiro, o segundo questionamento seria de como os líderes destes partidos fariam para unir suas militâncias, já que as diferenças os separavam significativamente, Cássio pedia a união e Ricardo por sua vez, ratificava a importância. O Senador Efraim Morais, juntamente com o seu filho, o Deputado Federal Efraim Filho também pediam incansavelmente a união aos seus correligionários democratas, mas o que se via, era um pouco do clima de desconfiança de ambas as partes. 


As pesquisas, errôneas, vale ressaltar, começaram a serem divulgadas e o resultado mostrava o fruto dessa “desunião” que era explorada pelos principais adversários políticos de Cássio, Ricardo e Efraim. José Maranhão e Cícero Lucena tentaram por diversas vezes implantar a discórdia no grupo alegando que aquela aliança nunca iria dar certo. Ricardo chegou a explicar-se aos eleitores no seu guia eleitoral o por quê da aliança com PSDB e DEM. O que poucos sabiam, era que o Ex-Governador desde muito antes, só tinha olhos para Ricardo Coutinho, e sempre foi um entusiasta dessa aliança, fazendo de Ricardo “o menino de seus olhos”, a bola da vez! 


O Senador Efraim por sua vez, homem sério e coerente com suas posições, de pronto, mostrou sua lealdade e gratidão a Cássio sendo pioneiro no apoio ao projeto do Socialista, anunciando-o em pré-convenção dos Democratas no hotel tambaú. Dalí, o rumo ao qual o grupo comandado por Cássio Cunha Lima iria seguir, começara a ser traçado. Mesmo com todas as dificuldades financeiras, as críticas a aliança, eles foram em frente. 


A campanha começava de fato, mas a militância ainda estava fria. Até que um dia, um homem de poucas, todavia sábias palavras mandou o recado que todos queriam ter dito, mas que não tiveram a audácia de fazê-lo, este homem foi o Prefeito da cidade de Picuí, o senhor Buba Germano que de bate-pronto, no lançamento oficial do site de campanha do Senador Efraim em sua pequena fala disparou: “É preciso pegar os xiitas de Cássio, os talibãs de Efraim, e botar dentro do coletivo de Ricardo!” O Recado tava dado, e todos entenderam! Com uma chapa geopoliticamente bem formada, com João Pessoa e Campina Grande nas cabeças era hora de partir para o ataque! O que se viu, foi, de uma hora para a outra Democratas junto com Socialistas e Tucanos pelas ruas do estado, fervorosos demonstravam o seu empenho nas ruas, pela vontade de mudança! 


Estratégia formada, o apelo para o primeiro Governador filho de João Pessoa se juntava a revolta do povo de Campina a perseguição sofrida por Cássio, enquanto Efraim era alvo de ataques e perseguição de seus votos no Vale do Sabugí. Pois bem, vem o dia 03 de outubro e a vitória de Maranhão prevista pelas pesquisas é adiada, e mais, o então governador sai atrás do socialista Ricardo Coutinho com uma diferença de 8 mil votos. 


O jogo virou, a militância de Ricardo foi ao céu! Os ânimos se renovaram, os institutos de pesquisa já não  tinham credibilidade alguma, na tentativa de reverter o quadro Zé Maranhão muda a coordenação de sua campanha, o Deputado Wellington Roberto assume e promete estancar a sangria de adesões ao Socialista. O que não aconteceu, no outro lado o homem de 1 milhão de votos consagrado mais uma vez nas urnas assume a coordenação política da campanha de Ricardo, Efraim com sua eleição perdida, mas com o filho reeleito coloca novamente seu povo na rua e cai de cabeça na campanha de Ricardo conseguindo virar o jogo no Vale do Sabugí, ratificando alí toda a sua força. Cássio por sua vez pede com todas as forças o apoio e a solidariedade de Campina, que responde a altura, João Pessoa também dar a maioria dos votos ao seu filho Ricardo Coutinho, Maranhão concentra sua campanha nos dois maiores colégios eleitorais do Estado e consegue diminuir a vantagem em João Pessoa e Campina, mas não contava com a mais grata surpresa...



Cássio, grande estrategista que é, assumiu a responsabilidade da cooptação de adesões e não decepcionou conseguindo virar o jogo nas principais cidades onde Ricardo havia perdido no primeiro turno, era suficiente para uma vitória! Os aliados do Governador José Maranhão apelaram para na calada da noite “fazer chuver” panfletos apócrifos em todo o estado, o que não caiu bem, os eleitores se revoltaram mais ainda com o baixo nível desses artifícios e deram uma vantagem esmagadora a Ricardo Coutinho no dia 31 de outubro de 2010, mais de 148.000 votos foi a vantagem do socialista sobre Maranhão, por essa, os governistas também não esperavam. 


É sacramentada a vitória das Oposições na Paraíba, um projeto cheio de dúvidas em seu princípio, que acabaram caindo por terra como bem mostrou Cássio Rodrigues da Cunha Lima. A mistura deu certo, Cássio ratificou sua força, Ricardo chegou ao triunfo acolhido por João Pessoa, e Efraim nunca tarde, mostrou que ainda é um gigante e que pode sim definir eleições na Paraíba. João Pessoa e Campina, pela primeira vez triunfam juntas na festa da democracia. Contrariando a química aprendemos que, heterogêneos podem tornar-se homogêneos...A mistura deu certo!


Junior Pires.

Nenhum comentário:

Postar um comentário